A equilibrosa
/Mais de trinta anos atrás, minha mãe me levava pra passear pelo bairro, e meu desafio maior era o meio-fio. Invariavelmente, ela conta, eu fazia questão de subir em cada um deles e, vez ou outra, soltando a mão dela, gastava meu português:
- “Mãe, olha como eu sou equilibrosa!”
Hoje cá estou eu, equilibrosa como nunca. Casa, trabalho e filhos dão um belo de um meio-fio. E haja equilíbrio. Nos últimos anos, aprendi a sustentar meu equilíbrio escrevendo, com muito prazer, sobre economia e afins. Mas esse não é meu assunto favorito. Me interessam as humanidades! Me valem muito mais os sentimentos, os diálogos, os motivos, os instintos, os caminhos...
Dois caminhos, especialmente, que se trilham diante dos meus olhos são meu foco principal. Uma criança, além de uma dádiva, uma benção e mais uma extensa lista de verdadeiros clichês, é uma oportunidade. Ver nascer e, principalmente, acompanhar o crescimento de uma criança é, pra mim, a mais completa e complexa oportunidade que um adulto pode ter pra rever, refazer, repensar e crescer. É isso: quando nasce uma criança, nasce também uma oportunidade, e isso vale pra mãe, pro pai, pra tia, pra avó...
Não quero perder oportunidades. Aqui o assunto é esse.