Sobre irmãos e felicidade
/A mãe havia confiado ao menino a responsabilidade de acordar o irmão, e ia arrumando a mesa para o almoço, coisa que não podia esperar, quando começou a ouvir o burburinho vindo do quarto. Eram risadas e algum diálogo que não se podia compreender à distância que, aos poucos, foram se transformando em gargalhadas e gritos sem sentido. Ela tentou achar que não, mas também tinha barulho de coisa caindo no chão e de gente pequena subindo onde não deve. No intervalo entre uma gargalhada e outra, respirou fundo e resolveu perguntar, com a voz firme, no tom que perguntam as mães aflitas com o relógio e com a bagunça:
- O que é isso aí, meu filho?
- Tô fazendo meu irmão feliz, ué.
Ok. Não resta dúvida.
(O almoço vai esperar…)