A mãe mais feliz do mundo
/Essa aí da foto sou eu. Se você reparar bem, vai ver que é a minha cara. Eu estou com uma camiseta azul com passarinhos desenhados, a mesma que usei quase toda semana no último verão. E um short novo, vermelho, que eu nem sabia que tinha. Do meu lado está o sofá preto onde me sento, ainda que de passagem, todos os dias, e nossa coleção de carrinhos hot wheels, com os quais aprendi a brincar diariamente. Eu sei dar cambalhotas nos carrinhos e também aprendi em qual vaga cada um deve ficar, no estacionamento mágico da caixa de papelão.
Eu sou a mãe mais feliz do mundo, e não estou sozinha nessa. Estou no meu pódio da felicidade empatada com centenas de milhares de mães mais felizes do mundo, e a gente aperta, e sempre cabe mais uma. Minha felicidade não é só porque meus filhos são os mais lindos deste planeta porque, convenhamos, os de quem não são? Nem porque eles dizem coisas fofas e inteligentes, e me dão lições de vida absolutamente inesperadas no meio do dia, porque todos os outros também dão, não é? Basta a gente ouvir. E nem é exatamente porque eu gerei, ou amamentei, ou desmamei, ou desfraldei...
A minha felicidade indiscutível não tem nada a ver com essa data que se aproxima, embora um monte de gente tente nos enquadrar na propaganda de margarina - ou seria do shopping center? A minha felicidade se faz todo dia, desde 2011, porque a mim foi dada uma oportunidade absolutamente indescritível. Eu posso me reconstruir. Eu posso reviver e ampliar minhas sensações, eu posso começar de novo, todos os dias, e ir bem mais longe! E eu achei minha forma de reconstruir o mundo, na medida em que estendo a mão e contribuo, com amor e valor, para a formação de cidadãos do bem, cheios de potencial para o futuro próximo.
Esses dias, por exemplo, tenho tido a oportunidade de redescobrir os sabores do mundo, sentindo de outro jeito o gosto da laranja, da pera e do kiwi, que tanto encantam meu bebê. Ao mesmo tempo, revivo a alegria de descobrir com que letra começa “mamãe”... “E papai é com p, né?”. É daí que vem a mãe mais feliz do mundo: da chance de revisitar o universo com outros olhos, outras mãos, outros ouvidos e de crescer junto com os pequetitos. Da chance de derrubar as nossas certezas e nos reconstruir, com mais consciência e empatia, através do caminho que traçamos com eles. Da chance de experimentar a forma mais honesta de amor - aquele que nasce da comunhão.
Obrigada, meus meninos. E feliz dia da mães!