Coração partido
/A mãe fechou o computador, calçou o sapato, passou correndo pelo espelho da sala, “deixa o cabelo assim mesmo, anda, vai”, pegou a chave do carro, elevador, trânsito, pouco tempo, muita, muita coisa pra fazer, “não deu, e agora não vai dar, tudo bem, lá vem ele”, agachou. O pequetito sorriu, abriu os braços, o beijo de sempre, sempre doce, sempre motivado, desta vez com um anúncio:
- Mamãe, meu coração está consertado.
- Mesmo? Nossa! Que bom! Mas ele tava como?
- Partido.
- Partido? Partido por quê?
- Porque você estava brava comigo.
Sim, tinham tido uma manhã difícil.